Eugene T. Gendlin



Texto escrito por Maria Luiza Rocha de Andrade

Eugene T. Gendlin nasceu em uma família judaica, aos 25 de dezembro de 1926 em Viena e, por causa da perseguição nazista, radicou-se nos Estados Unidos em 1939.

Em 1953 Gendlin é admitido no grupo de pesquisas de Carl Rogers sobre psicoterapia, na Universidade de Chicago e permanece até 1964, quando Rogers vai para La Jolla, organizar um centro de pesquisa, formação e prática psicológica denominado Centro de Estudos da Pessoa, o que coloca fim a essa parceria.

Em Chicago, 1958, doutora-se em filosofia, cujo tema da tese é “A função de experienciação e simbolização”. Em 1962 publica sua principal obra: Experiencing and the Creation of Meaning – Experenciando e criando significado. Em 1963 funda o jornal da Divisão de Psicoterapia da Associação Americana de Psicologia, denominado “psicoterapia: teoria, pesquisa e prática” e permanece editor até 1976. Foi professor de Filosofia e Psicologia na Universidade de Chicago de 1968 a 1995.

Escreveu seu primeiro artigo sobre focusing em 1969. Em 1985 fundou o The Focusing Institute, que em 2016 passou a se chamar The International Focusing Institute, do qual se manteve à frente até 2014.

Ganhador de vários prêmios e homenagens pelo reconhecimento de seu trabalho no desenvolvimento da psicoterapia. Sua morte se deu aos 90 anos, no dia 1° de maio de 2017 em Spring Valley, Nova Iorque.
Doutor em Filosofia e psicoterapeuta austro-americano, Eugene Gendlin foi parceiro e colaborador de Carl Rogers por 12 anos. Uma parceria frutífera em estudos e pesquisas em psicoterapia na Abordagem Centrada na Pessoa- ACP.

Suas teorias impactaram as próprias crenças de Rogers, influenciando em sua visão sobre a psicoterapia.

Seu trabalho partiu de uma relação terapêutica baseadas nas atitudes preconizadas pela ACP: empatia, aceitação incondicional e congruência, alicerçada em uma forte influência do Existencialismo, para mais adiante tornar-se Psicoterapia Experencial.

Vale destacar alguns pensadores que influenciaram sua maneira de pensar: Wilhelm Dilthey, Husserl, Heidgger, Buber, Sartre, Merleau-Ponty. Destaque para Rogers, quem lhe abriu caminho para o trabalho prático terapêutico.

As ideias de Merleau- Ponty marcaram-no sobremaneira. A relevância dada à corporeidade em seu pensamento é fundamental para entender todo o processo criado por Gendlin, denominado Focusing ou focalização.

Autor de várias publicações, entre elas: Focalização. Uma via de Acesso à Sabedoria Corporal (2. Ed., 1982) – única obra traduzida ao português. Experiencing and the Creation of Meaning (1962); Focusing-Oriented Psychoterapy (1999); Let Your Body Interpret Your Dreams (2006) etc.


Fonte: DIÁLOGOS HUMANISTAS: ENCONTROS DE TRÊS GERAÇÕES
Marcia Tassinari e Andre Nerys (org)
CRV- Curitiba/2019


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Foto extraída da internet